Com ênfase no perigo que a poesia e a palavra livre representam para o sistema, Valdeck Almeida de Jesus interagiu com a plateia repetindo que as minorias organizadas são perigosas para o sistema: poetas, mulheres, indígenas e jovens negros; e que a arte, especialmente a arte da palavra, é o antídoto para o enfrentamento. O refrão foi a frase “Quer ser perigoso, vá ler um livro”, do escritor e poeta baiano Sandro Sussuarana.
Em seguida apresentou a frase do poeta Giovane Sobrevivente, “A
poesia chega antes da bala”, que resume bem as atividades de poetas que organizam a resistência contra as opressões e em favor da vida dos jovens
negros.
Logo depois foi feita uma breve descrição do trabalho de seleção dos poemas e dos lançamentos do Poéticas Periféricas no Sarau da Onça, na Bienal Internacional do Livro de São Paulo e na Festa Literária Internacional do Pelourinho.
Foi denunciada a violência e o genocídio da juventude
negra, com os números estarrecedores de 60 mil vidas ceifadas por ano. Para concluir, Valdeck leu a versão traduzida de "Te incomoda ver", de Rilton Junior (revisado pela atriz argentina Paula Cardozo) e, logo em seguida, foi exibido vídeo homônimo, em português, em que o Poeta com P de Preto canta dois poemas de sua autora.
Foi denunciada a violência e o genocídio da juventude
negra, com os números estarrecedores de 60 mil vidas ceifadas por ano. Para concluir, Valdeck leu a versão traduzida de "Te incomoda ver", de Rilton Junior (revisado pela atriz argentina Paula Cardozo) e, logo em seguida, foi exibido vídeo homônimo, em português, em que o Poeta com P de Preto canta dois poemas de sua autora.
A recepção foi excelente. A poesia pulsante da juventude, a forma de escrita e a ênfase na luta contra todos os crimes e opressões chamaram especial atenção de escritores e poetas de várias partes do mundo que estavam no parlamento de escritores. O público ficou interessado em ler os poemas em espanhol, o que fortaleceu o desejo de tradução do livro e de expandir sua divulgação em outros países latino americanos.
Para Valdeck Almeida de Jesus esta
foi “Uma das maiores alegrias de minha vida (mesmo tendo perdido meu irmão
Valdir Almeida de Jesus - Dida, na mesma semana que estou no XVI Parlamento
Internacional de Escritores da Colômbia). Apresentar o livro Poéticas
Periféricas para um público heterogêneo, composto de poetas, pesquisadores,
escritores, professores de vários países do mundo. E denunciar o genocídio, e
demonstrar que a poesia salva vidas. Obrigado poetas e poetas das quebradas,
meu coração está batendo mais forte e rápido. E tudo isso com o apoio
incondicional da amiga Rita Pinheiro, companheira dessas caminhadas literárias...”.
Ao final, o poeta repetiu a frase símbolo do parlamento:
"Si hablas, mueres; si no dices nada, también mueres; Así, pues, habla y muere" (Tahar Djaout), que pode ser lida em tradução livre como: "Se falas, morres; se não dizes nada, também morres; Assim, pois, fala e morre"... e fez uma paródia:
"Se escreves poesia, morres;
Se não escreves, morres;
Então, escreva, faça denúncia,
Mude o mundo,
Não morras,
Se tornes imortal!"
(Valdeck A. de Jesus)
Muito LegaL a atuação tua, vc, tal embaixador brasileiro ♥! # @ ♡
ResponderExcluirMércia, Yao
ExcluirAtue, lute, denuncie! Seja parte daquilo que destapa-lhe os ouvidos, abre-lhe os olhos e mostra-se agressiva, maravilhosa e reveladora. A poesia pode sim ser a arma daqueles que, desfavorecidos pela tal "seleção natural" precisam encontrar o seu lugar,um sentido para as suas vidas e deixar sua marca no mundo. E você sabe fazer isso como ninguém. Parabéns e continue com o excelente trabalho.
ResponderExcluirMuito obrigado, caro amigo Lázaro Teles pelas belas palavras.
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