Até
dormir para sempre
Eu te juro que acordo
cedo, sim, por um motivo melhor
Pra fazer minha mãe se
orgulhar, colher frutos do suor
Faça chuva ou sol
19 anos, ficha limpa,
ideias 'suja', nenhum B.O.
Fato intrigante
Alguém pode me dizer
qual é a característica de um meliante?
Tratamento deveria ser
igual, mas quando enquadra alguém com a pele mais escura as cenas são
humilhantes
Carro do lanche passou
direto, mas fez a curva
Tem que ser profissional
na hora da fuga
Existem aqueles que te
ajudam, o resto são apenas sanguessuga
Frustrante é vender
picolé em dia de chuva
Manteiga no pão,
familiares dormindo
Da laje vejo a
demarcação do meu domínio
Meu cachorro sempre
alerta
E não importa o quanto
o dia foi doloroso, no fim sempre estou sorrindo
Fui dormir tarde,
assustado
Me senti por um fio,
como se estivesse sendo sufocado
Logo eu que não sou de
me assustar
Mas aconteceu tantas
vezes, acho que deveria estar familiarizado
Galo cantou pontual,
acordei, escovei os dentes
Ainda tentando
decifrar enigmas feitos na minha mente
Sem resposta me sinto
um nada; liguei a maldita televisão, matéria recente
Meu sorriso não é de
alegria, te juro, acordo cedo, e meus irmãos dormem pra sempre
Sentimento melancólico
devido ao afastamento de uma pessoa, uma coisa ou um lugar, ou à ausência de
experiências prazerosas já vividas
Saudades dos antigos
amigos, dos finados e dos que estão vivos
Um salve pra mãe que
perdeu seu filho
Desculpa mãe, sei que
andei perdido
E imagino o desespero
da família que teve a casa invadida por bandidos
Seu familiar que
perdeu a vida enquanto estava dormindo
Muita força, paz de
espírito às mãe que visitam seu filho na Lemos de Brito
Passa lá pela manhã
num dia de domingo
Ou na Praça da Sé no
quadro dos desaparecidos
E tenho fé que esses
versos 'tocará' o coração daqueles que pelo mundo mágico do crime foi iludido.
Niel Sousa é poeta e
rapper de Sussuarana, frequentador assíduo do Sarau da Onça.
Nenhum comentário:
Postar um comentário