Favela
(Damiana Sá)
Eu saio da favela, mas ela não sai de mim
Sou filha da Bahia, Salvador, onde eu nasci
Na rua do Riacho Calabar que eu cresci.
Amante de uma bela nomeada de favela
Eu amo essa fera, minha raiz foi feita nela.
Lembranças de criança, amizades que eu fiz,
No jogo de tampinha, pula corda e bate lata,
Civil Peto corra, a Catinga aqui te mata.
Favela, farda nela, um corpo a cair;
Família choro e vela, mais um que não vai sorrir.
Democracia zero, um governo egoísta,
Não é fácil aqui crescer, nessa vida de artista.
Tem a água, tem a luz, o imposto pra pagar,
Alimentação é pouca e o dinheiro aqui não dá...
Independente disso tudo a favela é o sorriso,
É o abraço coletivo de um verdadeiro amigo.
Tenho orgulho de ser dela, essa flor da primavera,
Sou a bela, sou a fera, sou chamada de favela.
Damiana Sá é Rapper e
Artista de Rua. Desenvolve trabalhos de Poesia e Rap em meios de transporte
público, ruas e espaços culturais, transitando livre e poeticamente em eventos
e ações artístico-culturais da cidade de Salvador.
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