quinta-feira, 7 de junho de 2018

Hierarquia Maldita




Hierarquia Maldita
(Danilo Lisboa)

Lutando para sair de Auschwitz com o corpo exausto
Contra seguidores de Hitler que promovem o Holocausto
Elogios e aplausos falsos aos nossos discursos
Porque, na verdade, querem impedir nosso percurso.
Dom Pedro proclamou e encontrou a Independência
Já o meu povo se proclama, morre – ainda com sinais de sérias violências!
Sem ter a MINHA CASA, perco a MINHA VIDA, mesmo com MAIS MÉDICOS
Desigualdade colhe presos, mortos, paraplégicos...
Não deixam que a pedra vença Golias.
A impunidade covarde decreta Lei da Anistia
Aqui o povo mal teve grana pra assistir jogo em estádio
Então foi pra sua casa ligar, se tiver, sua TV ou seu rádio.
Doutrinados pelo MEC muitas vezes são enfermos
Aprovados com dificuldade de interpretar um texto
Eles não te querem além do Ensino Médio
E ainda dizem subliminarmente que você só é bom em Construção Civil,
MAS PRA LEVANTAR, PRA ELES, OS GRANDES PRÉDIOS!
Centro-oeste... Brasília é o alvo central;
Ação revolucionária pra derrotar o mal.
A Capital rouba o capital dos proletários,
Superfaturam e dividem com os grandes empresários
Em divisão de classes, o pobre ainda é visto como ridículo
Por não ter viagem ao exterior nem aquisição de veículos,
Perseguição pelo monstro do imposto e da inflação
E as ruas das favelas sem pavimentação.

Faltando dinheiro para o pão, vem mais uma noite de desgraça
Filho, vai dormir que a fome passa!”
Pra nós, as balas de borracha já não fazem diferenças
Porque, nas periferias, são as balas letais que fazem sentenças.
Trancados e condenados a não encontrar sequer uma fuga,
Tendo que acordar quase sempre pra servir o opressor antes das 5 da madruga
Protesto individualista em nada resultou
Sem ter união total, eu não creio que
O Gigante Acordou.

Danilo Lisboa reside no Bairro da Paz e é um mobilizador comunitário e estudante de licenciatura em Geografia. Adepto ao Movimento Hip Hop, foi integrante do grupo de RAP Delito Poético que fundou com dois amigos em 2010. Atualmente dedica-se a promover atividades culturais para incentivar jovens periféricos à produção artística e literária e, por vezes, declama ou canta as suas criações.

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