Versos inquietos
Ah, tem
dias!
Tem
dias que os laços
se
desfazem com a poeira do dia cinza
Tem
dias que poesia abraça
em
abraços indesejáveis de saudades
Tem
dias que a mente se anuvia
e faz
tempestades de desejos
Tem
dias sem lírios, sem cheiros, sem festejo.
Ah, tem
dias!
Tem
dias que os raios de sol iluminam
a
camarinha de minhas agonias
Tem
água correndo para o mar e eu
sem
poder me banhar
Tentando
não represar, deixo escapar
filetes
do meu sorriso iluminando o leito do rio
Tem
dias que as garças bailarinas
enfeitam
as minhas margens
em seus
voos de coragem libertando a dor.
Ah, tem
dias!
Tem
dias que são só de contemplação,
dias de
paralisar e ver o céu se enfeitar de um azul quase roxo
Tem
dias mais cinzas com borrões amarelos antes dele se pôr…
Mas tem
dias que os vitrais se quebram e não há beleza para refletir.
Anajara Tavares é soteropolitana e reside em
Salvador, graduada em fonoaudiologia pela Universidade do Estado da Bahia
(UNEB), mulher negra e combativa. Amante da
arte, acolheu a poesia, em si, em 2015. Esta é mais uma participação em
coletânea, em que apresenta sua companheira e modo de amar. Já publicou “Outras
Carolinas - Mulherio da Bahia” (Penalux) – organizadora e poema incluído, “Nas
teias de Eros” (Darda) e “KAMA - Poemas e contos eróticos” (Cogito).
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