A cada dia que passa, me sinto fuzilada
A cada dia que passa me sinto menos viva
São todos dias que me sinto mais morta.
A Universidade mata
A minha ancestralidade.
Minha história,
Minha luta vem tentando ser apagada.
Tenho que resistir a todo tempo,
E a cada momento,
Volta e meia,
Me pego tentando me encaixar
Em um padrão que simplesmente não me cabe.
É isso, o sistema segregacionista
Faz com que eu, mulher preta, periférica,
Não me sinta pertencente de um espaço
Meu por direito.
Esse mesmo sistema articula pra eu sentir
Que esse lugar nunca foi feito para mim.
Todos os dias tendo que provar, que mereço estar aqui.
E então? Então percebam!
Não sou eu que estou mais morta
São eles que fecham as portas.
Não param de nos matar,
Mas em contra partida
Eu venho avisar
Esse espaço eu continuarei a ocupar
E podem se preparar,
Por que se depender de mim...
Pretos e pretas nas universidades não vão faltar!
Acho bom,
Acho bom mesmo
Vocês se acostumar!
Jaqueline Ferreira é participante do Coletivo ZeferinaS.
Define poesia como sentimento, sensação e vivência em forma de palavras. E
mesmo que às vezes dolorosa e a maneira mais bonita de expressar a grandeza
interna, poesia pra ela é válvula de escape, grito de guerra, luta e
resistência.
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