quinta-feira, 7 de junho de 2018

Sem RG




Sem RG
(Rool Cerqueira

Os meninos não podem sair sem RG (2x)
Os fardado não alivia pra você (2x)
Não dá tempo de tirar o RG
A polícia em geral não quer saber
Se for preto, favelado, 23h o fardado não alivia pra você
Bora, bora, bora vagabundo, cadê a droga?”
É pode crê, tome baculejo, tome baculejo e uma broca pra aprender...
Que o seu filho não pode sair sem o RG
Extermínio da nossa raça 
Nos prende, nos xinga, nos mata 
Nas favelas jorra sangue de preto
E não é o filho do prefeito, muito menos do seu braço direito
É meu primo, meu vizinho
Que não tinha o passe pra preto
É tipo apartheid nego, hoje chamado de RG, eles só pedem pra mim e pra você
Nossa juventude se perde por estratégia estatal
Eles nos dão armas, colete à prova de bala, deixam passar a droga
Depois invadem com HK e ponto 40 jogando sua massa cefálica pra fora.
Armação!
Eles temem que o poder chegue em nossas mãos 
Não seremos massa de manobra
Tô logo avisando, não quero ver ninguém aqui fora da escola
Pegue o parceiro da erva... 
E queimando, o ensine a fazer poesia 
Nosso papel é esse e nem corra 
É atirar em disparada 
Com o pente carregando de palavra 
Na direção da burguesia!

Rool Cerqueira é integrante do Coletivo ZeferinaS. Poesia para ela é, para além de versos, a força que lhe mantém de pé, sua arma de combate ao sistema e o meio que expressa suas dores e também suas alegrias e é, também, o caminho para sua liberdade mental.

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