Não me venha com seus ideais tratando meu
passado como um nada
Vitimista
não, vitimizada por esta sociedade branca que trata racismo como uma piada
Os
gritos de dores da senzala ainda ecoam em meus ouvidos, quando entro na loja e
me olham torto;
Quando
falam que meu cabelo é meio exótico e que não seria apropriado para o meu RG.
Os
gritos da senzala ecoam em minha mente
Quando
a solidão da mulher preta é tratada como inexistente.
As
chibatadas da casa branca até hoje dói
Racha
minha pele
Parte
meu coração
Feito
porradas da PM nas costas do meu irmão
Mas
hoje, os gritos da senzala se transformaram em meus gritos por justiça, que com
a força dos meus ancestrais, que sofreram lá atrás, permaneço nessa guerra
sustentada pelos meus Orixás.
Chorar
nunca mais
Sofrer
nunca mais
Pois em
meu coração carrego a resistência que Odoyá me traz!
Victória Alcântara é mulher negra, atriz, poetisa e feliz. Moradora da
comunidade de São Lázaro, onde faz atuação comunitária diariamente. A arte a
escolheu e vive em Victória desde outras vidas. Filha das águas, neta das
matas, em uma eterna busca entre o fogo e as ondas que correm em suas veias.
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