Podem me chamar
Podem me chamar
Meu nome é quilombo,
resistência, ancestralidade, abolição.
- Prazer, meu nome é
Ressignificação.
É preciso muito mais
que coragem para admitir que carrega na pele a cor da escuridão.
Meu nome é Kêtu,
Jêje, Nagô, Bantu, navios negreiros,
- Prazer meu nome é
Quebrada e se escrito
em cruz pode ser Encruzilhada.
Meu nome é
Dandara, Aquatune,
Zumbi, Steve Biko, Lélia Gonzales, Maria Filipa,
Akotirene, MalconX, Luther King, Nzinga, Nelson Mandela
- Prazer em conhecer,
meu nome é Favela
e não nego as minhas
origens.
Meu nome é respeito,
igualdade, consciência, meu nome é reparação
- Prazer em conhecer
meu sobrenome é Afirmação!
Meu nome poderia ser
João, Antônio, Creuza, Maria, Kaiala, Benguela, Diáspora.
Meu nome poderia ser
Ogum, Oxossi, Xangô, Omolú, Nanã, Iansã, Oxum, Yemanjá...
Eu poderia ter tantos
outros nomes, mas escolhi me chamar
ÁFRICA.
Negreiros Souza se
considera “cheia de ousadia e arte”. É Relações Públicas por formação, aprendiz
no campo de produção cultural, membro do grupo de poesia Resistência Poética,
sócio-educadora e curiosa em estudos de gênero e empreendedorismo social.
Desenvolve trabalhos voltados para os campos da comunicação, direitos humanos,
antirracismo e poesia.
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