quinta-feira, 7 de junho de 2018

Podem me chamar




Podem me chamar

Podem me chamar
Meu nome é quilombo, resistência, ancestralidade, abolição.
- Prazer, meu nome é
Ressignificação.
É preciso muito mais que coragem para admitir que carrega na pele a cor da escuridão.
Meu nome é Kêtu, Jêje, Nagô, Bantu, navios negreiros,
- Prazer meu nome é
Quebrada e se escrito em cruz pode ser Encruzilhada.
Meu nome é
Dandara, Aquatune, Zumbi, Steve Biko, Lélia Gonzales, Maria Filipa,
Akotirene, MalconX, Luther King, Nzinga, Nelson Mandela
- Prazer em conhecer, meu nome é Favela
e não nego as minhas origens.
Meu nome é respeito, igualdade, consciência, meu nome é reparação
- Prazer em conhecer meu sobrenome é Afirmação!
Meu nome poderia ser João, Antônio, Creuza, Maria, Kaiala, Benguela, Diáspora.
Meu nome poderia ser Ogum, Oxossi, Xangô, Omolú, Nanã, Iansã, Oxum, Yemanjá...
Eu poderia ter tantos outros nomes, mas escolhi me chamar
ÁFRICA.

Negreiros Souza se considera “cheia de ousadia e arte”. É Relações Públicas por formação, aprendiz no campo de produção cultural, membro do grupo de poesia Resistência Poética, sócio-educadora e curiosa em estudos de gênero e empreendedorismo social. Desenvolve trabalhos voltados para os campos da comunicação, direitos humanos, antirracismo e poesia.

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