quinta-feira, 7 de junho de 2018

É daqui que vim




É daqui que vim

É daqui que vim, e com Fé em Deus não vou sair
Desce escada e entra em becos com garra para seguir
Desde cedo, fui ensinado a ter que dar duro enquanto meus amigo brincava e pulava muro
Mas esse suor, hoje me fez ser quem eu sou,
Tudo culpa do meu pai por eu ser um vencedor
E nesse mar, camarão que dorme a onda leva, e por falar em sono lembro da minha vea, que por mim colecionou muitas olheiras,
Esse verso também dedico a ti, velha guerreira.
Vivi em meio a crime, vi vários cair
E ainda hoje vejo vários se iludir.
Quase me iludi, mas o rap me salvou
Antes do crime, a poesia me abraçou
Me senti vivo
Passei me orgulhar
E hoje a Onça que é meu bom lugar.
Domingo, feriado
Cerveja, churrasco
De quina dando uns trago
Os pivete com rádio
Ligado em tudo, medindo cada passo,
Castelando
pronto pra trocar com os cara do outro lado.
Alguns encarcerado
Pela própria mente,
Mas sonhando em ter um futuro diferente.
Mas independente disso tudo
Sufoco, pipoco, os loko que tão solto
não tem paisagem mais bela do que as casa sem reboco...

Renildo Santos é poeta de rua e MC do grupo de rap In.Verso juntamente com Carlos Menezes (Aedo mc). Integrante da produção da batalha Pega Visão, Rimas de Esquina e do coletivo Pega Visão do bairro de Sussuarana, em parceria com o Sarau da Onça, na militância pelo povo preto periférico.

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