Transfiguração
(Yuna Vitória)
Se
me percebo, me questiono.
Se me questiono, me perco.
Se me perco, me acho.
Se me acho, me toco.
Se me toco, me percebo.
E tudo recomeça.
E tudo é vã conversa.
Ou vil engano,
ou grã acerto,
mas sempre um firme acordo
de fins e recomeços,
onde cada tempo é O Tempo
e todo T maiúsculo é uno,
verdadeiro,
dispensando a obrigação
de servir ao lado A
ou ao lado B
pois no alfabeto do ser
nasceu entre o fim e o meio,
no seio do início de um anseio
marcado por
trans
figura
ação.
Se me questiono, me perco.
Se me perco, me acho.
Se me acho, me toco.
Se me toco, me percebo.
E tudo recomeça.
E tudo é vã conversa.
Ou vil engano,
ou grã acerto,
mas sempre um firme acordo
de fins e recomeços,
onde cada tempo é O Tempo
e todo T maiúsculo é uno,
verdadeiro,
dispensando a obrigação
de servir ao lado A
ou ao lado B
pois no alfabeto do ser
nasceu entre o fim e o meio,
no seio do início de um anseio
marcado por
trans
figura
ação.
Yuna Vitória é cantora, compositora e poetisa transgênera. Baiana,
natural de Salvador, apaixonada pela transdisciplinaridade, aborda em seu
trabalho artístico a generificação dos corpos e suas performatividades.
Graduanda em Artes pela Universidade Federal da Bahia, é ativista dos estudos
de gênero e diversidade, área de concentração de suas pesquisas e produções.
Nenhum comentário:
Postar um comentário