Enquanto Isso
(Ayala Santana)
(Ayala Santana)
As suas
convicções não alteram meu jeito de ser
Não venha me falar ao que eu devo pertencer, quem eu devo conhecer, temer e morrer.
Não sou Tomé, que precisa ver pra crer
Não venha me falar ao que eu devo pertencer, quem eu devo conhecer, temer e morrer.
Não sou Tomé, que precisa ver pra crer
Não venha
me vender as suas verdades
Anulando assim tudo aquilo que eu sinto.
Pressinto, me envolvo em energias
Ressinto por ter te recitado a poesia, da minha alma nua
Anulando assim tudo aquilo que eu sinto.
Pressinto, me envolvo em energias
Ressinto por ter te recitado a poesia, da minha alma nua
A minha
crua verdade, transformo em lírica
A poesia me forma de forma empírica
Deforma parasita, ativa anticorpos
É a minha defesa contra esses seres sanguessugas
A poesia me forma de forma empírica
Deforma parasita, ativa anticorpos
É a minha defesa contra esses seres sanguessugas
Querem
corpos negros somarem as estatísticas
Querem o sangue preto vermelho nas redes sensacionalistas
Querem ressaltar opressor como herói
Eles querem dar a voz a mais um novo algoz
Querem o sangue preto vermelho nas redes sensacionalistas
Querem ressaltar opressor como herói
Eles querem dar a voz a mais um novo algoz
Enquanto
isso, mais um corpo negro tomba
Enquanto isso, mais uma mulher negra tomba,
Enquanto isso, mais a minha favela sangra
Acendendo vela pra quem jaz e nem vê a sombra
Enquanto isso, mais uma mulher negra tomba,
Enquanto isso, mais a minha favela sangra
Acendendo vela pra quem jaz e nem vê a sombra
Ayala
Santana faz parte do coletivo ZeferinaS. A poesia além de ser o seu
combustível, é a formadora do seu ser. Em cada palavra, revolta, sentidos e
sentimentos. É o grito, o silêncio, o eco. É a semente formadora de consciência
e expressividade. Apenas é, no sentido mais puro e impuro de ser.
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