Nude
Sem sensualismos
perversos,
sem vontade de sexo,
só por vontade,
nada de experimentos
propensos ao incerto
quero ver aberto o
plexo, o meu peito,
hoje só me deito com
quem for de verdade,
quem não vive de
miragem e se excita com um olhar
não vou mais ser par
de um engodo,
amanhã magro ou gordo,
que importa a casca,
quero ser coito de
alma, de entranhas e energia
a vida é tão vazia
quando o amor falha!
Mande-me um nude de
olhar,
um self interior pra
minha rede neural,
um gesto de amor sem
intenção obtusa
uma oração que eu
também possa compor
sem precisar tirar a
blusa,
um ato nu que me dispa
dos véus
quero ir pro céu,
muito além do gozo,
quero estar junto e
sentir bem lá no fundo,
ficar mudo e ser
compreendido,
um amor sincero é só o
que me faz sair do abrigo.
Quer entender o que
digo?
Deixe, ao entrar, as
roupas, as máscaras e qualquer desejo
não importa se vai
haver beijo ou coito,
apenas importa
estarmos juntos, entregues
a vida é tão breve, a
aparência é tão curta
não fiz tanta luta pra
morrer sem ver além da pele…
Amor te vele!
eu sei que alguém aí
me escuta!
Rafael Pugas é poeta
desde tenra infância. Angustiado com as mazelas e injustiças do mundo encontrou
na poética uma válvula de expressão pra diminuir a pressão dentro de si,
tornou-se profissional da poesia (escritor e declamador) por consequência de
sua outra profissão: Psicólogo, quando fundou com mais três guerreiros de
Saúde-BA o coletivo À TU AR, nos idos de 2001.
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