Pés no Chão
Choro em meio ao meio
fio.
O sistema é barril;
Diz que ama o pobre
Mas o deixa morrer
De fome e de frio.
Ignorância mata
gente,
Arrogância mata a
gente
E quem sonha em ser
presidente
Dança na banda do
mais rico
Que pode trocar o
ritmo
Mas troca apenas o
dançarino.
Paga o pato quem
consome,
Quem consome é o
trabalhador
Consumido a cada
suor,
Com o sumiço do seu
salário
Que no início do mês
Já se encontra
esgotado.
E o povo fica
zangado,
Doente e calejado
E o doutor nem sequer
Olha a cara do
coitado.
Quando eu era bem
pequena
Só pensava em ser
artista
Fazer as pessoas
sorrirem
Melhorar as suas
vidas
Mas lembro de ouvir:
"É melhor cê ser
dentista
Pra ter muito
dinheiro,
Casa, carro e
diarista."
Ainda bem que pensei
assim e resisti:
Se pra ter dinheiro
terei que viver
Longe da arte, então
É da mala cheia dele
Que vou ter que
desistir. Ah...
São tantos
salafrários
Ricos: pobres
coitados,
Que até cansa tentar
explicar
Que o amor é o maior
salário.
Taíssa Cazumbá é poetisa e atriz. Natural de Salvador, escreve desde a
infância e recita em projetos artísticos desde 2007. É autora do livro “Poesias
de Inverno” (2015), quando criou a "A Currute Editora
Artesanal". Desenvolve o trabalho de artista de rua, atua nos
transportes públicos por onde passa, como em Salvador, onde recita poesias e
distribui livretos e livros poéticos. Participou de coletivos de teatro com sua
militância através da arte.
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