quinta-feira, 7 de junho de 2018

Reaja




Reaja

Revi e vi, que o gueto tá sinistro, mas desde o início sempre foi assim,
Nas ruas da nossa cidade não há segurança, quando não perdemos nossos jovens para a facção, perdemos para a violência policial

Só tá Morrendo preto, e o pior que quem mata é preto/fardado
Tô cansado de ver meu povo sofrer, eu tô cansado, cansado de ver tantas desigualdades sociais/raciais
Por isso estou aqui, mais um guerreiro do gueto, honrando o nome dos pretos que lutou por mim: Dona Ivone Lara, Dandara, Sabotage, Zumbi!

Mas na favela é mais fácil sucumbir, Se vacilar, o crime te abraça e te faz desistir.
As drogas te cercam e só te faz se iludir. Não deixe o crime te abraçar, abrace um livro e busque seu conhecimento.

Reaja
Que eu te ajudo a lutar; conhecimento é a chave para sua liberdade física e mental conquistar.
Vivemos numa escravidão maquiada! E pra vencermos essa luta tem que ser a mão armada, de caneta e papel!

Não sei quem mata mais, a fome? O fuzil? Ou ebola?
Quem sofre mais, as pretas daqui ou de Angola?
Sabotage deu a ideia!

Pare pra pensar nessa situação que já é normal, todo dia eu vejo preto sendo oprimido numa abordagem policial.
A rotina deles é abordar violentamente, diariamente, todo preto. Por que branco não sofre abordagem de rotina(2x)

O sistema nos oprime, é o mesmo que nos corrompe, que depois da lavagem cerebral, escorraça seus irmãos de cor, feito homem/animal raça anormal.
Chega de opressão policial!!

Rilton Junior (Poeta com P de Preto) é Pai, Agente Cultural, ator, arte-educador, apresentador do Slam da Raça, compõe o Grupo de Poesia Resistência Poética além de ser Intérprete de suas vivências. A Sua Poesia de Revolução Verbal dá voz a juventude preta soteropolitana, que há tempos vem sendo silenciada pela opressão institucional. Residente em Nova Brasília de Itapuã, o poeta relata as mazelas do gueto; é como um grito que soa das comunidades carentes de Salvador, contra a opressão racial, policial, o machismo imposto a todo homem negro pela busca de uma tal masculinidade, a intolerância religiosa, a desigualdade social, dentre tantas outras questões que atingem a população afrodescendente soteropolitana. Tem poemas publicados no Prêmio Galinha Pulando 2015 e na Antologia Literária Jovem Afro (Quilombhoje 2017).

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