quinta-feira, 7 de junho de 2018

Guerrilha Mina




Guerrilha Mina
(Jamile Santana)

Guerrilha mina, guerrilha

É fio que tece a vida
Agulha que costura ferida
Que fere os que vacila
Pontiaguda perigosa e fina

Guerrilha mina, guerrilha

Guerreira na batalha na lida
Abriga nela os quatro elementos
Das águas reflexivas
É fogo essa menina
Terra raiz ancestralidade
Ventania e tempestade
Oyá

Guerrilha minha, guerrilha

Intensa tensa intuitiva
Travada densa pronta pra briga
Coração razão barriga
Gerada, geradora, gira mundo, mundo gira...

Guerrilha minha, guerrilha

Sensibilidade também lhe habita
Sabia, não? Mulher preta também é sensível
É de amor e guerra, amigo
Mais que amor lhe cabe no peito
Na alma entranha na veia
Mulher preta é amor por inteiro

Guerrilha mina, guerrilha

E depois de tantas guerras
A mina segue a sua sina
Se mune de poesia
E volta com novas armas ara velha...

...Guerrilha mina, guerrilha!

Jamile Santana é filha de Oyá, poetisa, atriz, compositora, graduanda em humanidades, coordenadora cultura no projeto La Frida Bike, integrante do grupo de música e poesia Coletivo Boca Quente, mentora da editora Carolinas; Transcrevendo Oralidade.

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